Phygital (ou figital) é um termo que combina as palavras “physical” (físico, em inglês) e “digital”. Refere-se à integração ou fusão dos mundos físico e digital, criando uma experiência que combina elementos tangíveis e digitais.

O conceito de phygital surge da crescente interconexão entre o mundo físico e o mundo digital. À medida que a tecnologia avança, os limites entre esses dois mundos se tornam menos definidos, e as interações entre eles parecem mais fluidas. O phygital envolve a incorporação de elementos digitais ao mundo físico e vice-versa, criando uma experiência híbrida e enriquecida.

Por exemplo, uma loja phygital pode oferecer aos clientes a oportunidade de explorar produtos fisicamente, ao mesmo tempo em que utiliza tecnologia digital para fornecer informações adicionais, como avaliações de clientes, detalhes técnicos ou opções de personalização. Além disso, o phygital também pode se manifestar em experiências como exposições interativas em museus, onde os visitantes podem interagir com objetos físicos ao mesmo tempo em que acessam conteúdo digital para obter mais informações.

Phygital tem sido divulgada como uma tendência mundial entre as empresas que têm presença digital ou estão usando a tecnologia para digitalizar suas operações.

A história da divisão digital x físico

Até meados do século XX, as empresas operavam exclusivamente no mundo físico. Todos os processos, desde a produção até a distribuição e venda, eram realizados de forma analógica, com pouca ou nenhuma intervenção de tecnologia digital. Com o desenvolvimento dos computadores na década de 1950, as empresas começaram a adotar sistemas de processamento de dados para automatizar tarefas e armazenar informações. Isso permitiu maior eficiência operacional e o processamento de grandes volumes de dados, mas ainda havia uma clara separação entre as operações físicas e digitais.

O advento da Internet na década de 1990 marcou um ponto de virada significativo. As empresas começaram a perceber o potencial do mundo digital para ampliar suas operações e alcançar novos mercados. O comércio eletrônico tornou-se uma realidade, permitindo a venda de produtos e serviços pela web. No entanto, muitas empresas ainda mantinham uma divisão rígida entre suas operações online e offline. Isso aconteceu por algumas razões:

  1. Novidade e desconfiança: A internet era uma novidade para a maioria das empresas e para a sociedade em geral. Muitas companhias não estavam familiarizadas com as oportunidades e os desafios associados ao mundo digital. Além disso, havia um certo nível de desconfiança em relação à segurança e confiabilidade das transações online. Isso levou as empresas a manterem uma abordagem cautelosa e a separar claramente suas operações tradicionais das operações online.
  2. Infraestrutura limitada: No início da internet, a infraestrutura necessária para operações online era menos desenvolvida em comparação com o mundo físico estabelecido. A velocidade da conexão era mais lenta, os sistemas de pagamento online eram menos confiáveis e a capacidade de armazenamento de dados era limitada. Essas limitações técnicas contribuíram para a preferência de muitas empresas por operar principalmente no ambiente físico.
  3. Diferenças de mercado: Naquela época, o comércio eletrônico ainda estava em sua fase inicial de adoção em massa. As companhias muitas vezes percebiam que seu mercado principal estava no ambiente físico, com os clientes preferindo a experiência de compra tradicional. Portanto, muitas empresas consideravam suas operações online como um complemento, em vez de uma parte central de seus negócios.
  4. Abordagens estratégicas distintas: Alguns negócios também adotaram uma abordagem estratégica diferente para suas operações online e offline. Eles viam seus canais online como uma maneira de atingir um novo público-alvo ou testar novos produtos e serviços, enquanto mantinham suas operações físicas tradicionais para atender ao público estabelecido. Essa abordagem muitas vezes resultava em uma separação clara entre as operações online e offline.

Isso gerava algumas experiências ruins e atitudes contraditórias, especialmente para clientes que viviam o digital. Por exemplo, comprar um produto numa loja e não conseguir ser atendido pela internet sobre sua compra, ou vice-versa. Ou encontrar um preço mais baixo para o produto no site do que na loja física, mostrar o site ao vendedor e ouvir dele que “é assim mesmo.”

Nas empresas que nasceram no digital, essa divisão nunca existiu

Pense bem, poucas operações podem ser completamente digitais: serviços de música, vídeo, treinamentos, atendimento virtual, e-banking, SaaS, redes sociais, etc. Todo o resto tem um produto ou interação física.

Aplicativos de carona, de entrega, e-commerce e marketplaces de serviços, por exemplo, são negócios considerados digitais mas que, desde sua origem, tratam-se exatamente de digitalizar uma operação que vai entregar um produto no mundo físico. Mesmo serviços como busca ou mapas, cuja entrega é um produto digital, se baseiam fortemente em interações com o mundo físico: serviços de busca baseiam seus resultados em geolocalização e serviços de mapa são justamente descrições do mundo físico, inclusive com informações sobre trânsito.

Conforme o acesso a softwares e ferramentas digitais avança, as empresas “mistas” estão simplesmente descobrindo as vantagens de remover essas barreiras artificiais.

Como resolver o showrooming: incentivando-o.

Showrooming é um termo utilizado para descrever o comportamento dos consumidores quando eles visitam uma loja física para examinar um produto pessoalmente e, em seguida, utilizam seus dispositivos móveis, como smartphones ou tablets, para pesquisar preços, comparar produtos e até mesmo fazer a compra online de um concorrente, geralmente a um preço mais baixo.

O showrooming se tornou mais comum com o advento da tecnologia móvel e do acesso fácil à internet. Os consumidores aproveitam a conveniência de ter informações e opções adicionais ao alcance de suas mãos antes de finalizar uma compra. Eles podem tirar fotos do produto, verificar especificações técnicas, ler avaliações e comparar preços em tempo real.

Há alguns anos, era comum que varejistas tivessem operações completamente separadas para suas lojas e seu site, incluindo estoque e precificação independentes. Isso tornava o showrooming um pesadelo para os varejistas. Hoje a maior parte do varejo já teve tempo de digitalizar suas operações, tendo acesso a recursos como estoque integrado em tempo real de todas as lojas. A existência das redes de lojas, que há alguns anos representava justamente um desafio para uma operação digital, é hoje uma enorme vantagem competitiva.

Ao receber um cliente na loja, o vendedor pode oferecer os produtos pelo mesmo preço e condições do site, com a vantagem de o consumidor poder sair da loja já com o produto em mãos e sem pagar frete.

Exemplo de Phygital: Prateleira Infinita

E quando o produto não está disponível no estoque da loja? É exatamente esse um dos cenários que varejistas podem resolver ao instalar nos totens em suas lojas a Prateleira Infinita desenvolvida pela Visie. Com ela, o vendedor pode ajudar o cliente, conduzindo-o no processo de showrooming e garantindo com isso a venda. Além do estoque da loja, o consumidor terá acesso a todo o catálogo do e-commerce, com a possibilidade de receber em casa ou retirar na loja.

Através de um QRCode, ele pode apontar seu celular para a tela do totem e fazer o processo de checkout em seu próprio dispositivo, usando o sistema de pagamentos do seu telefone ou o cartão de crédito salvo em sua carteira virtual. Os estoques das lojas, o centro de distribuição, a equipe de vendedores das lojas, o site e o totem fazem parte de um grande ecossistema oferecendo a melhor experiência para o cliente no canal mais conveniente para ele.

E você?

Não é só no comércio que digital e físico se unem. Por exemplo:

  1. Setor de serviços: há um mar de oportunidades em serviços para oferecer uma excelente experiência, isso pode incluir a criação de aplicativos móveis que ofereçam serviços personalizados, integração de sistemas de pagamento móvel, fornecimento de informações em tempo real sobre serviços disponíveis e uso de tecnologias como realidade aumentada para oferecer informações adicionais aos clientes.
  2. Educação: pense em criar experiências de aprendizagem mais interativas e imersivas. Isso pode envolver o uso de dispositivos móveis, aplicativos educacionais, plataformas de e-learning e ferramentas digitais para aprimorar o ensino tradicional. As aulas podem ser complementadas com conteúdo digital, como vídeos, simulações e exercícios interativos, para proporcionar uma experiência de aprendizagem mais rica e personalizada.
  3. Saúde e bem-estar: é possível melhorar a comunicação entre médicos e pacientes, facilitar o acesso a registros médicos eletrônicos, fornecer monitoramento remoto de pacientes e permitir consultas médicas virtuais. Além disso, dispositivos de monitoramento de saúde conectados, como smartwatches e rastreadores de atividade, podem ser integrados a aplicativos móveis para acompanhar o bem-estar dos usuários.
  4. Indústria automotiva: existem grandes oportunidades na chegada de veículos conectados e aplicativos móveis que permitem aos motoristas controlar e monitorar seus veículos remotamente. Isso pode incluir recursos como travar e destravar as portas, ajustar a temperatura interna, rastrear a localização do veículo e obter informações sobre manutenção e diagnóstico.
  5. Turismo e hospitalidade: é possível melhorar a experiência dos viajantes. Isso pode incluir o uso de aplicativos móveis que fornecem guias turísticos digitais, oferecem informações sobre atrações locais, disponibilizam recomendações personalizadas de restaurantes e atividades, e facilitam o processo de reserva de hotéis e voos.
  6. Processos internos: a união entre físico e digital também pode melhorar sua operação em lugares onde não há ponto de contato com o mundo exterior. Por exemplo: comunicação e colaboração, treinamento e desenvolvimento de pessoas, gerenciamento de tarefas e projetos, automação e melhoria da experiência dos funcionários.

Que barreiras artificiais entre digital e físico você pode remover em sua empresa? Se você olhar com cuidado, deve encontrar muitas oportunidades de excelente retorno que não envolvem tecnologia super avançada ou grandes riscos.