Negócios baseados em inovação tecnológica disruptiva, como Uber e WhatsApp, dominaram o mercado de uma forma muito rápida e estão atraindo investidores e consumidores e colocando em xeque o futuro de negócios conservadores. Em geral, negócios com tecnologias disruptivas se baseiam em cloud, o que possibilita um rápido crescimento flexível e com baixo custo. Além disso, afirmam a premissa de que cada vez mais a interação entre cliente e empresa será feita por dispositivos móveis.
Mas o que é inovação tecnológica disruptiva?
A inovação tecnológica disruptiva torna produtos ou serviços já existentes no mercado mais acessíveis ao grande público. Seu principal diferencial está no preço final, na acessibilidade e na sua eficiência de atendimento às necessidades dos consumidores. Geralmente começam pequenos e, por contarem com tais características, acabam se destacando e abocanhando uma grande fatia do mercado, o que irrita um bocado de gente.
Uber e WhatsApp são exemplos de negócios baseados em inovação tecnológica disruptiva. Não faltam polêmicas envolvendo essas empresas, mas, afinal, qual o real motivo de tanta discussão e por que seus concorrentes estão tão revoltados?
Bom, se levássemos em consideração os noticiários na mídia, poderíamos dizer que o motivo principal para tantas desavenças é a concorrência desleal entre as partes, já que taxistas e empresas de telefonia móvel estão sempre batendo na tecla sobre a falta de adequação às normas regulatórias e tributárias dessas novas empresas. Mas será que se trata somente disso?
No meu ponto de vista está obvio que não. No fundo trata-se da inovação tecnológica disruptiva e seus efeitos colaterais. Serviços de empresas como Uber e Whatsapp são muito eficientes porque atuam de forma totalmente diferente das empresas tradicionais, principalmente em sua gestão. Além disso, os serviços são mais baratos e possuem um nível de qualidade muito maior.
Como toda moeda tem duas faces, de um lado estão consumidores cansados de pagar caro por serviços que deixam muito a desejar, do outro lado estão os conservadores concorrentes. O fato é: se seu cliente é fiel e está satisfeito com o serviço que lhe é prestado, ele provavelmente não vai te abandonar do dia para a noite. Isso só acontece se sua empresa passou anos na zona de conforto sem gerar algum valor para a sua marca e não se preocupou em oferecer serviços de melhor qualidade e de menor custo, porque até então era era você quem dominava o mercado.
O conceito de tecnologia disruptiva é novo, mas o efeito já é antigo no mercado. Basta relembramos a história da Revolução Industrial, onde o surgimento das máquinas à vapor é um clássico exemplo de inovação tecnológica disruptiva. Este novo jeito de produção fez muitas pessoas sentirem que seus postos de trabalho estavam ameaçados e muitos tentarem impedir essa evolução. Apesar de toda a negatividade com que isso era visto, a Revolução Industrial foi um marco para um novo momento econômico da história da humanidade. Ou seja, as pessoas, muitas vezes, não querem enxergar a realidade. Não se trata de extinguir ou substituir profissões ou soluções a favor de outras e sim de encontrar soluções que se adaptam à nova realidade.
E onde isso vai parar?
Esteja certo de que não vai parar, pois o mundo está cada vez mais digital e conectado. No Brasil, país considerado um campeão em carga tributária, parece mais natural querer taxar ou proibir as atividades dessas novas empresas do que se reinventar ou se readequar ao mercado.
É preciso uma abordagem mais aberta para enfrentar a situação. Claro que é necessário que todos esse serviços sejam regularizados para competirem de igual para igual e, principalmente, que o governo reveja as suas altas cargas tributárias. Agora, ser do contra é como dar murro em ponta de faca, pois esta é uma evolução sem volta.
Em um mundo tão competitivo, as empresas tendem a pensar apenas em como tirar o poder do seu “rival”. Isso me faz lembrar das sábias palavras do livro A Estratégia do Oceano Azul. Quem está no oceano vermelho foca apenas na competição e em uma forma de sobreviver no mercado. Para quem está no oceano azul, a competição também importa, mas esse não é o foco principal. As energias são concentradas em reinventar e buscar novos mercados, construindo-se uma marca e não apenas um produto ou serviço.
Pense, reinvente-se! E a sua empresa, onde quer “mergulhar”? No oceano azul ou no oceano vermelho?
6 de maio de 2016