Transformação Digital

20 anos de Visie: 20 transformações e tecnologias que vimos nascer

A Visie está fazendo 20 anos. E, quando a gente fala “20 anos de tecnologia”, não é só uma forma bonita de dizer “muito tempo”. É literal: na prática, é tempo suficiente para ver coisas que pareciam ficção científica virarem item de supermercado — e para ver modas passarem, padrões ficarem, e bons princípios sobreviverem.

Ao longo de duas décadas, uma ideia ficou cada vez mais clara pra nós: tecnologia é ferramenta, não fim. Desde o começo, o nosso trabalho sempre foi ajudar pessoas e empresas a usar tecnologia para simplificar a vida — com menos fricção, menos ruído, menos “processo pelo processo”. Em outras palavras: fazer software para seres humanos e, sempre que possível, parar de semear burocracia.

Diante disso, se tem uma forma gostosa de comemorar 20 anos, é olhando para trás e lembrando das transformações que mudaram a nossa profissão — e a vida de todo mundo.

1) Smartphones (iPhone e Android)

Smartphone é o computador que você carrega no bolso: câmera, sensores, GPS, internet, pagamentos, trabalho, lazer — tudo ali. O marco que “virou a chave” foi o iPhone, que chegou ao público em 29 de junho de 2007 e redefiniu como a gente interage com tecnologia. Pouco depois, o Android começou sua trajetória comercial em 2008 e fez isso ganhar escala global. Com isso, o impacto foi tão grande que mudou até como projetos nascem: a web passou a ser mobile-first não por moda, mas porque as pessoas passaram a viver no celular.

2) Carros autônomos (como Tesla Autopilot)

Carros autônomos — e, por enquanto, principalmente os sistemas avançados de assistência — são a aplicação direta de sensores + software + IA no mundo físico, em tempo real. O Tesla Autopilot virou um símbolo dessa era a partir de 2014, e desde então, o carro deixou de ser só “máquina” e virou “plataforma que atualiza”. O impacto está em andamento: ainda há debates enormes sobre segurança e responsabilidade, mas a direção já virou um problema computacional — e isso é um divisor de águas.

3) Netflix e Spotify (acesso em vez de propriedade)

Streaming é a ideia de que você não “compra” mídia; você acessa. A Netflix fez a virada quando começou o streaming em 2007, e o Spotify nasceu em 2008 empurrando a música para o mesmo caminho. O impacto foi cultural e econômico: assinatura virou padrão, recomendação algorítmica virou parte do produto, e “ter uma coleção” foi substituído por “ter acesso”.

4) Airbnb e Uber (uso sob demanda)

Airbnb e Uber são dois ícones do modelo “sob demanda”: plataformas que conectam oferta e demanda do mundo físico com software, logística e reputação digital. O Airbnb nasceu em 2008, o Uber em 2009, e de repente hospedagem e mobilidade passaram a funcionar como aplicativo. O impacto foi imediato: nasceu a gig economy, regulações foram chacoalhadas, e ficou claro o poder de escalar serviços físicos com tecnologia.

5) HTML5 e CSS3

HTML5 e CSS3 são, na prática, o momento em que a web deixou de ser “página” e virou “plataforma”. O HTML5 se consolidou como recomendação do W3C em 2014, e o CSS3 trouxe (ao longo dos anos) responsividade, animações e recursos que antes exigiam gambiarras ou plugins. O impacto foi libertador: vídeo, áudio, gráficos, layout moderno — tudo no padrão aberto, com performance e consistência.

6) Angular, React e Vue.js

Quando AngularJS apareceu em 2010, e depois React em 2013 e Vue em 2014, a interface ganhou um novo status. A partir daí, virou software complexo, organizado em componentes, estado e reatividade. Consequentemente, o impacto foi enorme na produtividade e na capacidade de construir UIs ricas — e também na responsabilidade: front-end deixou de ser “camada visual” e virou “produto dentro do produto”.

7) LLMs

LLMs são modelos de linguagem capazes de ler, escrever, resumir, explicar e programar em linguagem natural — uma tecnologia que parecia “muito futurista” até poucos anos atrás. A explosão pública aconteceu com o lançamento do ChatGPT em 30 de novembro de 2022, trazendo IA generativa para o dia a dia de equipes e pessoas comuns. O impacto é comparável a um novo “computador pessoal”: muda fluxo de trabalho, muda produto, muda educação — e cria discussões sérias sobre segurança, privacidade e governança.

8) Containers (Docker e Kubernetes)

Containers são a forma moderna de empacotar e executar software com previsibilidade: “funciona aqui” passa a significar “funciona em qualquer lugar”. O Docker virou o símbolo disso ao ser lançado como open source em março de 2013, e o Kubernetes apareceu em junho de 2014 como a resposta para orquestrar isso em escala. O impacto é gigantesco: deploy ficou repetível, infra virou parte do código, e “rodar em produção” virou disciplina.

9) Node.js

Node.js levou JavaScript para o servidor em 2009, e isso fez muita coisa “clicar”: a mesma linguagem no front e no back, alta performance em I/O, ecossistema vibrante de bibliotecas e ferramentas. O impacto foi redefinir o jeito de construir APIs e serviços — e, para muita equipe, reduzir atrito e aumentar velocidade de entrega.

10) Cloud Computing

Cloud computing é o modelo em que infraestrutura vira serviço: você provisiona, escala e paga pelo uso. A AWS puxou essa virada em 2006 com serviços como o S3 (lançado em março de 2006) e, a partir dali, “ter datacenter” deixou de ser pré-requisito para crescer. O impacto foi democratizar escala: startups ganharam superpoderes e empresas grandes ganharam velocidade de experimentação.

11) Let’s Encrypt

Let’s Encrypt tornou HTTPS fácil e gratuito a partir de 2015, automatizando algo que antes era burocrático, caro e cheio de barreiras. O impacto foi civilizatório para a web: criptografia deixou de ser diferencial e virou o padrão mínimo aceitável.

12) YouTube e redes sociais

YouTube (2005) e redes sociais consolidaram uma internet onde o conteúdo é fluxo, comunidade e conversa — e não só “site”. O impacto foi mudar marketing, educação, entretenimento, política e comportamento. E, do ponto de vista de produto digital, mudou o jogo: distribuição e atenção viraram parte central da estratégia.

13) Google Chrome

Quando o Chrome foi lançado em 2 de setembro de 2008, ele acelerou a web: performance, atualização constante, pressão por padrões e uma nova corrida entre navegadores. O impacto foi direto para quem desenvolve: mais recursos, mais consistência e um empurrão enorme para experiências cada vez mais “app-like” no browser.

14) Blockchain

Blockchain é um registro distribuído e imutável, popularizado pelo Bitcoin em 2008. O impacto foi abrir uma nova discussão sobre confiança digital, descentralização e novos modelos econômicos — com tudo que veio junto: inovação real, hype pesado e a necessidade de separar promessa de produto.

15) App Store

A App Store (2008) institucionalizou a economia de aplicativos: distribuição, pagamento, descoberta, atualização. O impacto foi um novo mercado inteiro: apps viraram canal principal, empresas nasceram “app-first” e o celular virou uma plataforma de negócios.

16) Pix

O Pix colocou pagamentos instantâneos no cotidiano brasileiro desde 16 de novembro de 2020. O impacto desta tecnologia foi imediato: menos fricção, mais inclusão, QR Code em todo lugar e uma mudança radical de hábito — para pessoas e empresas.

17) Waze (e Google Maps)

Waze e Google Maps transformaram deslocamento em software: rotas em tempo real, trânsito como dado, cidade como API. O Waze ganhou força como produto na virada para 2008, e isso mudou como a gente se move e como negócios pensam logística. Consequentemente, o impacto é tão grande que, hoje, mobilidade urbana não se entende sem mapa digital.

18) Git

Git nasceu em 2005 e desde então virou a espinha dorsal do desenvolvimento moderno: versionamento distribuído, colaboração, histórico confiável, workflows maduros. O impacto foi permitir que times e comunidades crescessem sem virar caos — e viabilizar, assim, a escala do open source e das práticas modernas de engenharia.

19) CDNs (Cloudflare)

CDNs colocam conteúdo “perto” do usuário e protegem aplicações na borda. A Cloudflare surgiu em 2009 e ajudou a popularizar performance e segurança como algo acessível. O impacto é invisível (quando funciona), mas enorme: páginas mais rápidas, menos latência, mais proteção, mais estabilidade.

20) HTTP/2 e HTTP/3

HTTP/2 e HTTP/3 são mudanças “por baixo do capô” que fazem a web ficar mais rápida e eficiente. O HTTP/2 virou padrão em 2015 (RFC 7540), e o HTTP/3 veio depois, publicado como RFC 9114 em 2022, levando HTTP para cima do QUIC. O impacto é silencioso, mas decisivo: melhor performance em redes instáveis, conexões mais eficientes e uma web mais preparada para escala.

O que a gente aprendeu no caminho

Quando você olha essa lista, dá vontade de pensar que tudo mudou. E mudou mesmo. Mas tem algo curioso: os princípios certos envelhecem muito bem.

No fim das contas, a tecnologia mais valiosa é a que reduz atrito, melhora a experiência e dá autonomia — e é por isso que, mesmo com novas ondas chegando o tempo todo, a Visie continua perseguindo a mesma direção: menos burocracia, mais clareza, mais fluidez, mais gente feliz usando software.

Se você estivesse escrevendo essa lista, quais transformações entrariam no seu Top 20?

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